Na Europa, a maior parte dos estudos feitos sobre a caracterização dos habitats utilizados pelas Gralhas-de-bico-vermelho para se alimentarem, demonstram que as zonas de pastagens assim como certos habitats naturais, como por exemplo arrelvados (litorais e/ou de montanha) ou os sistemas dunares, são de elevada importância.
A utilização das zonas de alimentação por parte desta espécie, resulta basicamente de uma selecção em função da estrutura da vegetação, onde a altura da vegetação pode interferir com a técnica de caça e das espécies presas presentes.
Para quantificar a importância do habitat de alimentação, nomeadamente em períodos cruciais como é o da reprodução, um estudo realizado na ilha de Ouessant entre 1998 e 2003, revelou que nos períodos de reprodução as Gralhas-de-bico-vermelho preferem zonas onde a vegetação não ultrapassa os 5 cm de altura, visto que 88% das observações foram feitas neste tipo de vegetação, muito embora este, represente apenas 8% da ocupação do solo, o que demonstra a importância deste tipo de habitat para esta espécie.
Durante a época de reprodução, afastar-se do local de nidificação para se alimentar implica custos em termos energéticos e de tempo, os quais podem ser preponderantes para a taxa de sobrevivência da sua prole, visto que quanto mais longos são os trajectos, mais tempo é gasto nos deslocamentos, tempo que é amputado ao tempo efectivo de alimentação. Da mesma forma, quanto maior for o percurso entre o local de alimentação e o de nidificação, maior será a probabilidade de atravessarem territórios e serem atacados por congéneres, embora as gralhas sejam sociais durante todo o ano, tornam-se agressivas no período de reprodução e especialmente entre aves reprodutoras. Também a taxa de predação de crias aumenta em função de maiores distâncias entre o local de nidificação e o local de alimentação, visto existir uma menor eficácia na vigilância do ninho. Assim a distância entre os ninhos e as zonas de alimentação são um compromisso entre custos (tempo, energéticos e predação) e ganhos (recursos alimentares), de acordo com os estudos realizados a maioria dos casais reprodutores utilizam áreas de alimentação entre os 200 metros e 3 km de distância.
Bibliografia consultada:
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sur l'île d'Ouessant.